sexta-feira, 18 de setembro de 2015

TRANSIÇÃO PLANETÁRIA, DE CHICO XAVIER.


A conversa abaixo foi feita no dia 5 de janeiro de 1954

Pergunta: – Que pode o irmão dizer-nos a respeito do astro que se avizinha, segundo a predição de Ramatís?

Chico Xavier: – Esclarece nosso orientador espiritual que o assunto alusivo à aproximação de um Planeta ou de Planetas, da zona – ou melhor da aura da Terra – deve, naturalmente, basear-se em estudos científicos, que possam saciar a curiosidade construtiva das novas gerações renascentes no mundo.

O problema, desse modo, envolve acurados exames, com a colaboração da ciência e da observação de nossos dias. Razão por que pede ele que não nos detenhamos na expressão física dos acontecimentos que se vizinham, para marcar maiores acontecimentos – acontecimentos esses de natureza espetacular – na transformação do plano em que estamos estagiando, no presente século.

Afirma nosso amigo que o progresso da óptica e das ciências matemáticas, serão portadoras, naturalmente, de ilações, conclusões da mais alta importância para os nossos destinos, no futuro próximo.

Pergunta: – Pode Emmanuel dizer-nos algo a respeito da verticalização do eixo da Terra e das transformações que esta sofrerá, segundo Ramatís?

Chico Xavier: – Afirma nosso Orientador espiritual que não podemos esquecer que a Terra, em sua constituição física, propriamente considerada, possui os seus grandes períodos de atividade e de repouso.

Cada período de atividade e cada período de repouso da MATÉRIA PLANETÁRIA, que hoje representa o alicerce de nossa morada temporária, pode ser calculado, cada um, em duzentos e sessenta mil (260.000) anos. Atravessando o período de repouso da matéria terrestre, a vida se reorganiza, enxameando de novo, nos vários departamentos do Planeta, representando, assim, novos caminhos para a evolução das almas.

Assim sendo, os GRANDES INSTRUTORES da Humanidade, nos PLANOS SUPERIORES, consideram que, desses 260.000 anos de atividade, 60 a 64 mil anos são empregados na reorganização dos pródomos da vida organizada.

Logo em seguida, surge o desenvolvimento das grandes raças que, como grandes quadros, enfeixam assuntos e serviços, que dizem respeito à evolução do espírito domiciliado na Terra.

Assim, depois desses 60 a 64 mil anos de reorganização de nossa Casa Planetária, temos sempre grandes transformações, de 28 em 28 mil anos.

Depois do período dos 64 mil anos, tivemos duas raças na Terra, cujos traços se perderam, por causa de seu primitivismo.

Logo em seguida, podemos considerar a grande raça Lemuriana, como portadora de urna inteligência algo mais avançada, detentora de valores mais altos, nos domínios do espírito.

Após a raça Lemuriana – em seguida aos 28.000 anos de trabalho lemuriano propriamente considerado – chegamos ao grande período da raça Atlântida, era outros 28.000 anos de grandes trabalhos, no qual a inteligência do mundo se elevou de maneira considerável.

Achamo-nos, agora, nos últimos períodos da grande raça Ariana.

Podemos considerar essas raças, como grandes ciclos de serviços, em que somos chamados de mil modos diferentes, em cada ano de nossa permanência na crosta do planeta, ou fora dela, ao aperfeiçoamento espiritual, que é o objetivo de nossas lutas, de nossos problemas, de nossas grandes questões, na esfera de relações, uns para com os outros.

Assim considerando, será mais significativo e mais acertado, para nós, venhamos a estudar a transformação atual da Terra sob um ponto de vida moral, para que o serviço espiritual, confiado às nossas mãos e aos nossos esforços, não se perca em considerações, que podem sofrer grandes alterações, grandes desvios; porque o serviço interpretativo da filosofia e da ciência está invariavelmente subordinado ao Pensamento Divino, cuja grandeza não podemos perscrutar.

Cabe-nos, então, sentir, e, mais ainda, reconhecer, que os fenômenos da vida moderna e as modificações que nosso “habitat” terreal vem apresentando nos indicam a vizinhança de atividades renovadoras, de considerável extensão.

Daí esse afluxo de revelações da vida extra-terrestre, incluindo sobre as cogitações dos homens; esses apelos reiterados, do mundo dos espíritos; essa manifestação ostensiva, daqueles que, supostamente mortos na Terra, são vivos na eternidade, companheiros dos homens em outras faixas vibratórias do campo em que a humanidade evolui.

Toda essa eclosão de notícias, de mensagens, de avisos da vida espiritual, devem significar para o homem, domiciliado na Terra do presente século, a urgência do aproveitamento das lições de JESUS. Elas devera ser apreciadas em si mesmas, e examinadas igualmente no exemplo e no ensinamento de todos aqueles que, em variados setores culturais, políticos e filosóficos do globo – lhe traduzem a vontade divina, que na essência é sempre a nossa jornada para o Supremo Bem.

*Os termos da comunicação obtida em Curitiba (a “Conexão de Profecias”, de Ramatís) são de admirável conteúdo para a nossa inteligência, de vez que, realmente, todos os fatos alusivos à evolução da Terra, e referentes a todos os eventos, que se relacionam com a nossa peregrinação para a vida mais alta, estão naturalmente planificados, por aqueles MINISTROS de Nosso Senhor JESUS CRISTO; os quais, de acordo com Ele, estabelecem programas de ação para a COLETIVIDADE PLANETÁRIA, de modo a facilitar-lhe os vôos para a divina ascensão.

Embora, porém, esta mensagem, por isso mesmo, seja digna de nosso melhor apreço, contudo, na experiência de companheiro mais velho, recomenda-nos nosso Orientador Espiritual (Emmanuel) um interesse mais efetivo, para a fixação de valores morais em nossa personalidade terrena, de conformidade com os padrões estabelecidos no Evangelho de nosso Divino Mestre. Porque, para nossa inteligência, os fenômenos renovadores da existência que nos cercam têm qualquer coisa sensacional, de surpreendente, nosso coração de inclinar-se, humilde, diante da Majestade do Senhor, que nos concede tantas oportunidades de trabalho, em nós mesmos, a revelação dos grandes acontecimentos porvindouros; novo soerguimento íntimo, novo modo de ser, a fim de que estejamos realmente habilitados a enfrentar valorosamente as lutas que se avizinham de nós, e preparados para desfrutar a Nova Era que, qual bonança depois da tempestade, facilitará nossos círculos evolutivos.

Será, todavia, muito importante encarecer, que não devemos reclamar, do TERCEIRO MILÊNIO, uma transformação absolutamente radical, nos processos que caracterizam, por enquanto, a nossa vida terrestre.

O prazo de 47 anos é diminuto, para sanar os desequilíbrios morais, de tantos séculos, em que o nosso campo coletivo e individual adquiriu tantos débitos, diante da sabedoria e diante do amor, que incessantemente apelam para nossa alma, no sentido de nos levantarmos, para uma clima mais aprimorado da existência.

Não podemos esquecer, que grandes imensidades territoriais, na América, na África e na Ásia, nos desafiam a capacidade de trabalho. Não podemos olvidar, também, que a Europa, superalfabetizada, se encontra num Karma de débitos clamorosos, à frente da LEI, em doloroso expectação, para o reajuste moral, que Ihe é necessário.

Aqui mesmo, no Brasil, numa nação com capacidade de asilar novecentos (900) milhões de habitantes, em quatrocentos e alguns anos de evolução, mal estamos – os espíritos, encarnados na Terra em que temos a bênção de aprender ou recapitular a lição do Evangelho – mal estamos passando das faixas litorâneas.

Serviços imensos esperam por nossas almas no futuro próximo.

E, se é verdade que devemos aguardar, em nome de Nosso Senhor JESUS CRISTO, condições mais favoráveis para a estabilização da saúde humana, para o acesso mais fácil às fontes da ciência; se nos compete a obrigação de esperar o melhor para o dia de amanhã cabe-nos, igualmente, o dever de não olvidar que, junto desses direitos, responsabilidades constringentes contam conosco, para que o Mundo possa, efetivamente, atender ao programa Divino, através, não somente da superestrutura do pensamento científico – que é hoje um teto brilhante para os serviços de inteligência do mundo – mas também, através de nossos corações, chamados a plasmar uma vida, que seja realmente digna de ser vivida por aqueles que nos sucederão nos tempos duros; entre os quais, naturalmente, milhões de nós os reencarnados de agora, formaremos, de novo, como trabalhadores que voltam para o prosseguimento da tarefa de auto acrisolamento, para a ascensão sublime, que o Senhor nos reserva.

Considerando, assim, a questão sob este prisma, cabe-nos contar com o concurso da ciência, no setor das observações de ordem material; com a evolução dos instrumentos de óptica; com o avanço dos processos de exame, na esfera da QUÍMICA PLANETÁRIA, na qual os mundos podem ser analisados, como ÁTOMOS DA AMPLIDÃO DE UNIVERSOS, que se sucedem uns aos outros, no infinito da Vida.

Será lícito, então, esperar que certas afirmativas, referentes a vida material, se positivem satisfatoriamente, para mais altas concepções da MENTE PLANETÁRIA; de vez que, muito breve, o homem estará ligado à glória da RELIGIÃO CÓSMICA, da Religião do Amor e da Sabedoria, que o CRISTIANISMO RENASCENTE, no Espiritismo de hoje, edificará para a Humanidade, ajustando-a ao concerto de bênçãos, que o grande porvir nos reserva.

Pergunta: – Foi, de fato, há 37.000 anos que submergiu a Atlântida?

Chico Xavier: – Diz nosso Amigo (Emmanuel) que o cálculo é, aproximadamente, certo, considerando-se que as últimas ilhas, que guardavam os remanescentes da civilização atlântida, submergiram, mais ou menos, 9 a 10 mil anos, antes da Grécia de Sócrates.

Pergunta: * – Acha nosso irmão que a Mensagem de Ramatís deva ser divulgada com amplitude?

Chico Xavier: – Diz nosso Orientador que a Mensagem é de elevado teor… E todo trabalho organizado com o respeito, com o carinho e com a dignidade, dentro dos quais essa Mensagem se apresenta, merece a nossa mais ampla consideração, de vez que todos nós, em todos os setores, somos estudiosos, que devemos permutar as nossas experiências e as nossas conclusões para a assimilação do progresso, com mais facilidade em favor de nós mesmos.

* Revista Boa Vontade, Ano 1, n* 4 – Outubro de 1956.”

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Por que Jesus dobrou o lenço?

O LENÇO DOBRADO  (João 20:7)

Por que Jesus dobrou o lenço que cobria sua cabeça no sepulcro depois de sua ressurreição?
Poucas pessoas nunca haviam detido a atenção a esse detalhe.
 
Em João 20:7 -  nos diz que o lenço que fora colocado sobre a face de Jesus, não foi apenas deixado de lado, como os lençóis no túmulo.
 
A Bíblia reserva um versículo inteiro para nos dizer que o lenço foi dobrado cuidadosamente e colocado na cabeceira do túmulo de pedra.

Bem cedo, na manhã de domingo, Maria Madalena foi à tumba e descobriu que a pedra da entrada havia sido removida.
Ela correu ao encontro de Simão Pedro e outro discípulo... aquele que Jesus tanto amara {João}
e disse-lhe ela: 
- "Tiraram o corpo do Senhor e eu não sei para onde o levaram."

Pedro e o outro discípulo correram ao túmulo para ver...
O outro discípulo passou à frente de Pedro e lá chegou primeiro.
Ele parou e observou os lençóis, mas ele não entrou no túmulo.
Simão Pedro chegou e entrou. Ele também notou os lençóis ali deixados, enquanto que o lenço que cobrira a face de Jesus estava dobrado, e colocado em outro lado.
 
Isto é importante? Definitivamente sim! Isto é significante? Certamente que sim!

Para poder entender a significância do lenço dobrado se faz necessário que entendamos um pouco a respeito da tradição Hebraica daquela época.
O lenço dobrado tem que a ver com o Amo e o Servo, e todo menino Judeu conhecia essa tradição.
Quando o Servo colocava a mesa de jantar para o seu Amo, ele buscava ter certeza em fazê-lo exatamente da maneira que seu Amo queria.
A mesa era colocada perfeitamente, e o Servo esperava, fora da visão do Amo, até que o mesmo terminasse a refeição.
O Servo não podia se atrever, nunca, a tocar na mesa antes que o Amo tivesse terminado a sua refeição.
Diz a tradição que: ao terminar a refeição, o Amo se levantava, limpava os dedos, a boca e sua barba, e embolava o lenço e o jogava sobre a mesa.
Naquele tempo o lenço embolado queria dizer: "Eu terminei".
No entanto, se o Amo se levantasse e deixasse o lenço dobrado ao lado do prato, o Servo jamais ousaria tocar na mesa porque, o lenço dobrado queria dizer: 
"Eu voltarei!"
 

História Verídica-inspiração...

LEIA ATÉ O FIM E VERÁ PORQUE VALE A PENA TER LIDO.

  Não havia no povoado pior ofício do que 'porteiro do prostíbulo'. 
Mas que outra coisa poderia fazer aquele homem? 
O fato é que nunca tinha aprendido a ler nem escrever, não tinha nenhuma outra atividade ou ofício. 
Um dia, entrou como gerente do puteiro um jovem cheio de ideias,  criativo e empreendedor, que decidiu modernizar o estabelecimento. 
Fez mudanças e chamou os funcionários para as novas instruções. 
Ao porteiro disse: 
- A partir de hoje, o senhor, além de ficar na portaria, vai preparar um relatório semanal onde registrará a quantidade de pessoas que entram e seus comentários e reclamações sobre os serviços. 
- Eu adoraria fazer isso, senhor. - Balbuciou - Mas eu não sei ler nem escrever! 
- Ah! Quanto eu sinto! Mas se é assim, já não poderá seguir trabalhando aqui. 
- Mas senhor, não pode me despedir, eu trabalhei nisto a minha vida  inteira, não sei fazer outra coisa. - Olhe, eu compreendo, mas não posso fazer nada pelo senhor. Vamos dar-lhe uma boa indenização e espero que encontre algo que fazer. Eu sinto muito e que tenha sorte. 
Sem mais nem menos, deu meia volta e foi embora. O porteiro sentiu como se o mundo desmoronasse. Que fazer? 
Lembrou que no prostíbulo, quando quebrava alguma cadeira ou mesa, ele a arrumava, com cuidado e carinho. 
Pensou que esta poderia ser uma boa ocupação até conseguir um emprego. 
Mas só contava com alguns pregos enferrujados e um alicate mal conservado. 
Usaria o dinheiro da indenização para comprar uma caixa de ferramentas completa. 
Como o povoado não tinha casa de ferragens, deveria viajar dois dias em uma mula para ir ao povoado mais próximo para realizar a compra. 
E assim o fez. 
No seu regresso, um vizinho bateu à sua porta: 
- Venho perguntar se você tem um martelo para me emprestar. 
- Sim, acabo de comprá-lo, mas eu preciso dele para trabalhar ... já que..  
- Bom, mas eu o devolverei amanhã bem cedo. 
- Se é assim, está bom. 
Na manhã seguinte, como havia prometido, o vizinho bateu à porta e disse: 
- Olha, eu ainda preciso do martelo. Porque você não o vende para mim? 
- Não, eu preciso dele para trabalhar e além do mais, a casa de ferragens  mais próxima está a dois dias de viagem sobre a mula. 
- Façamos um trato - disse o vizinho. 
Eu pagarei os dias de ida e volta  mais o preço do martelo, já que você está sem trabalho no momento. Que lhe parece? 
Realmente, isto lhe daria trabalho por mais dois dias.... aceitou. 
Voltou a montar na sua mula e viajou. 
No seu regresso, outro vizinho o  esperava na porta de sua casa. 
- Olá, vizinho. Você vendeu um martelo a nosso amigo. 
Eu necessito de algumas ferramentas, estou disposto a pagar-lhe seus dias de viagem,  mais um pequeno lucro para que você as compre para mim, pois não disponho de tempo para viajar para fazer compras. 
Que lhe parece? 
O ex-porteiro abriu sua caixa de ferramentas e seu vizinho escolheu um alicate, uma chave de fenda, um martelo e uma talhadeira. Pagou e foi embora.   E nosso amigo guardou as palavras que escutara: 'não disponho de tempo para viajar para fazer compras'. 
Se isto fosse certo, muita gente poderia necessitar que ele viajasse para trazer as ferramentas. 
Na viagem seguinte, arriscou um pouco mais de dinheiro trazendo mais ferramentas do que as que havia vendido. 
De fato, poderia economizar algum tempo em viagens. 
A notícia começou a  se espalhar pelo povoado e muitos, querendo economizar a viagem, faziam  encomendas. 
Agora, como vendedor de ferramentas, uma vez por semana viajava e trazia o que precisavam seus clientes. 
Com o tempo, alugou um galpão para estocar as ferramentas e alguns meses depois,  comprou uma vitrine e um balcão e transformou o galpão na primeira  loja de ferragens do povoado. 
Todos estavam contentes e compravam dele. 
Já não viajava, os fabricantes  lhe enviavam seus pedidos. 
Ele era um bom cliente. 
Com o tempo, as pessoas dos povoados vizinhos preferiam comprar na sua loja de ferragens, a ter de gastar dias em viagens. 
Um dia ele lembrou de um amigo seu que era torneiro e ferreiro e pensou que este poderia fabricar as cabeças dos martelos. 
E logo, por que não, as chaves de fendas, os alicates, as talhadeiras, etc ..
E após foram os pregos e os parafusos... 
Em poucos anos, nosso amigo se  transformou, com seu trabalho, em um rico e próspero fabricante de ferramentas. 
Um dia decidiu doar uma escola ao povoado. 
Nela, além de ler e escrever,  as crianças aprenderiam algum ofício. 
No dia da inauguração da escola, o prefeito lhe entregou as chaves da cidade, o abraçou e lhe disse: - É com grande orgulho e gratidão que lhe pedimos que nos conceda a honra de colocar a sua assinatura na primeira página do livro de atas desta nova escola.
- A honra seria minha - disse o homem. Seria a coisa que mais me daria prazer, assinar o livro, mas eu não sei ler nem escrever, sou  analfabeto. 
- O Senhor?!?! - Disse o prefeito sem acreditar. 
O senhor construiu um  império industrial sem saber ler nem escrever? Estou abismado.  Eu pergunto: 
- O que teria sido do senhor se soubesse ler e escrever? 
- Isso eu posso responder. - Disse o homem com calma. 
Se eu soubesse ler e escrever... ainda seria o PORTEIRO DO PUTEIRO!!!
Esse simples porteiro de puteiro é simplesmente o dono da TRAMONTINA!
Geralmente as mudanças são vistas como adversidades.
 
 
As adversidades podem  ser bênçãos.
As crises estão cheias de oportunidades.
Se alguém lhe bloquear a porta, não gaste energia com o confronto, procure as janelas.
Lembre-se da sabedoria da água:
'A água nunca discute com seus obstáculos, mas os contorna'.
Que a sua vida seja cheia de vitórias, não importa se são grandes ou pequenas, o importante é comemorar cada uma delas.
Quando você quiser saber o seu valor, procure pessoas capazes de entender seus medos e fracassos e,
acima de tudo, reconhecer suas virtudes.

Isso realmente é verídico, contado por um grande industrial chamado Tramontina ...

I - ADENTRANDO O ASSUNTO



Prof. Dr. Antônio do Carmo Ferreira




        Durante alguns anos, pouco mais que uma década, exerci atividades educacionais, inicialmente como professor e, posteriormente, acumulando funções de professor e dirigente escolar, estando em regime de tempo integral e dedicação exclusiva ao encerramento deste ciclo de atividades no campo da educação em Universidades do setor privado e do setor público do governo federal. Foi um tempo em que o Brasil dispensava grande consideração ao planejamento, especialmente na região nordeste, onde, por coincidência, eu trabalhava e em cuja especialidade fiz graduação e adquiri experiência. Minha formação acadêmica, portanto, não era para o magistério e sim direcionada para funções técnicas. O exercício do magistério, no entanto, presenteou-me com uma experiência muito rica, ao me prover de material para longas reflexões que as tenho repetido vezes sem conta, e que sempre me acodem com lições valiosíssimas.

        O entendimento é que precisamos sempre de não somente aprender a fazer, mas também aprender a viver. A vida é um presente de Deus e como tal deve ser tratada. Envolta de felicidade e utilizada como um instrumento de tornar o próximo feliz. A educação vemo-la por esta ótica. Um processo de acréscimos, de transformação e de aperfeiçoamento. Transforma-se uma pedra bruta em polida. E esse estado de polidez não se finda, apresenta-se insatisfeito, querendo mais, requerendo um estágio superior de maior brilhantismo. A educação é o processo de que se vale a humanidade para esta revolução.

        Aprender e ensinar, na escola, ou fora de seu recinto, são meios requeridos pela educação. Aliás a educação transcende a escola. A formação da cidadania começa no seio da família, e depois da escola continuamos nos educando. O mestre Ruy Barbosa nos chama a atenção para este aspecto ao observar que “a pátria é a família amplificada”. A pátria mal servida, maculada pela corrupção, negada em suas convocações para o progresso, tudo isto pode ter raízes na omissão da família que não teve a responsabilidade de plasmar a conduta de seus filhos no sentido do bem. Ou não ligou para ensinar-lhes os bons costumes pela palavra e ou pelo exemplo, ignorando a sabedoria popular de que “o costume de casa vai à rua”.

        Educar para a cidadania é uma obrigação de todos nós, seja na escola ou fora da escola. Cada pessoa, entendida como templo de Deus, dELE imagem e semelhança, tem essa missão cidadã: buscar a felicidade para si e para o próximo. Além dos projetos da sociedade a que pertence, seja civil ou governo, cada pessoa deverá assumir o seu projeto pessoal de ser útil.

        Estamos acostumados, no entanto, a observar a educação sob outro enfoque. A educação que se adquire, não com a prioridade da utilidade do viver, mas com a finalidade do fazer. Aí a escola tem tudo a ver e se inscreve como um bem necessário e indispensável. Esta educação tem o selo orteguiano da “circunstância” e para alcançar o êxito a que se propuser dependerá do envolvimento de todos: governo, família, sociedade, organizações. Responde aos chamamentos do progresso, sendo este uma missão de caráter divino, pois que a pessoa ganhou a vida não para o ócio e sim para a ação. A própria multiplicação da espécie atesta essa missão. A população cresce e exige proporcionalmente o crescimento quantitativo de bens e serviços, para, no mínimo, garantir a sua sobrevivência.

        Vivemos “o desafio de nosso tempo”, como advertiu o historiador Arnold Toynbee, em que as novas descobertas têm atropelado os anos em seus surgimentos: antes milhares de anos, hoje questão de dias entre uma e outra. Mais ainda: as armadilhas da globalização agravando tudo. As respostas a esses “desafios” estão na competência da educação. Antes, acontecia a geração do posto de trabalho, para ser ocupado por um profissional senhor da tecnologia nacional, para produção de bens protegida por barreiras nacionais. Agora, não. O “mundo é uma aldeia global”, como colocou Marshal MacLuhan. Caiu a barreira protecionista e a exigência tecnológica terá que atender ao mesmo padrão do local e de alhures. Isto quanto ao produzir, sendo exigida também a equalização do saber para usar aquele bem. Tudo e em pouco tempo estará mundializado. A educação terá que atender a padrões internacionais, como também e pelas mesmas circunstâncias terão as empresas produtoras de bens e serviços.

        Inclui-se neste espaço dos desafios, e é importante que não esqueçamos disto, o alerta que nos fez a escritora Maria Lúcia de Arruda Aranha sobre o que chamou de “educação permanente”. Temos que pensar nisto, que a rápida evolução tecnológica estará sempre exigindo nosso retorno à escola. Novos produtos e novas maneiras de produzir ensejarão, decerto, novas profissões e obviamente a extinção de outras, de modo que “ninguém mais pode se formar em alguma profissão para o resto da vida”.

        Fico a pensar que o maior gesto de amor à Pátria será a contribuição, para que o analfabetismo entre nós seja extinto. Sobre este assunto quero louvar a decisão governamental de pautar a ação em seu projeto de lei, já enviado à Câmara, com a redação “Art 2º São diretrizes do PNE – 2011/2020: I – erradicação do analfabetismo”. E quero dizer mais que ao mesmo tempo em que se discutisse o PNE, o povo brasileiro deveria colocar uma pedra irremovível sobre esse mal, exigindo do Congresso e da Chefia do Poder Executivo Federal a revogação do dispositivo de lei que concede ao analfabeto o direito de votar.

        A educação brasileira terá que acompanhar o projeto Brasil, através do qual o País pretende igualar-se às nações desenvolvidas em poucas décadas. Quer dizer, não é acompanhar lerda e distantemente, é acompanhar envolvido “lutando e pelejando”, fazendo, com a mão na massa. Para isto dependeremos da escola e dos cursos que sirvam de base e formem o profissional. Dos mestres estimulados a esse mister e compensados por isto. E das organizações que acompanhem e cobrem a colimação das metas. Fora dessa calha, debalde será qualquer esforço, resultando em desperdício de recurso e frustração.

        Para atingir esse objetivo, consta que a educação brasileira padece de graves percalços em todos os níveis. Pesquisas internacionais recentemente divulgadas revelam o quanto estão inferiorizados nossos estudantes no que se refere à qualidade da educação. Numa aferição de 1 a 6 nos itens: leitura, aritmética e ciências, ficaram no ponto 1: jovens de 15 anos avaliados em todos os estados do Brasil. Precisamos, já e já, de nossos jovens na escola, em regime de dois turnos/dia e que ao término do curso médio deixe a escola com o saber e o diploma não só do curso médio, mas também de uma profissão, que a um só tempo atenda a sua vocação e às exigências do “projeto Brasil” de desenvolvimento.

        Dá uma tristeza muito grande constatar que nem LER sabemos. Esteve certo o Governo Federal em estabelecer, através de Lei, que nenhuma escola se instala, sem que tenha uma biblioteca e deu prazo de 10 anos para que todas as escolas assim providenciassem. Que essas bibliotecas não sejam depósitos de livros, mas um lugar provido de profissionais que fomentem o hábito da leitura.

        Não haverá desenvolvimento econômico e social sem educação. Compreendendo assim, quero crer, é que a Presidência da República encaminhou à Câmara dos Deputados o Plano Nacional de Educação, diretrizes e metas para a educação em nosso País nos próximos dez anos. Então é preciso que acompanhemos a tramitação desse projeto até a sua sanção em lei. Para melhora-lo se for o caso e, depois, exigir o seu cumprimento.

        Desejo ressaltar o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo movimento nacional “todos pela educação” de que é conselheiro o professor Mozart Ramos Neves, ex reitor da Universidade Federal de Pernambuco e ex secretário do governo de Pernambuco para os assuntos da educação. Como tomo a liberdade de indicar à leitura o livro “História da Educação e da Pedagogia Geral e Brasil” da admirável filósofa e respeitável educadora Maria Lúcia de Arruda Aranha.